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Depois da Grande Crise

01 de abril, 2020 - por Max Franco

Depois do Grande Confinamento, o Homem mudou.

Havia pensado, afinal. Jamais tivera tempo. Era a primeira oportunidade para pensar, e ele pensou.

De início, incomodou, machucou e doeu. Depois,  se acostumou com o ato da reflexão. É verdade que jamais gostou do pensamento, mas se acomodou ao novo território porque, muitas vezes, acontece de Confinamento empurrar pensamentos.

E, assim, pensou e pensou até virar vício.

Foi que, depois do Grande Confinamento, o Homem-pensante reuniu outros Homens-pensantes e Mulheres-pensantes. Daquele dia em diante, o mundo mudou.

Os Homens e Mulheres daquele novo tempo não aceitavam mais a fome, nem a ignorância, nem a miséria.

Os Homens e Mulheres do novo tempo cuidavam-se uns dos outros e, principalmente, dos mais carentes.

Não havia mais o acúmulo de riquezas de outrora para que todos pudessem ter o que precisavam.

A humanidade havia se tornado uma grande tribo.

Não havia nem guerras nem verbas para guerras.

Não havia mais necessidade de armas, nem de prisões, fronteiras e grades. Porque a sociedade buscava o bem comum.

Nesse novo mundo, a religião era a Empatia.

Os Homens e Mulheres pensantes amavam a Ciência e a Arte, vivendo entre livros, música, teatro, cinema, dança…

Tudo isso depois do Grande Confinamento, porque, enfim, o Homem pensou.

E conseguiu descobrir o que, realmente, importava.

Mãe, pai, filhos, irmãos, amigos, outros, respeito, paz, solidariedade, natureza, planeta, universo…

Viva o Grande Confinamento que empurrou o Homem ao pensamento!

Viva o Novo Mundo.

Viva o sonho que jamais vai ocorrer, porque a verdade é que o homem e a mulher se confinaram mas não pensaram.

Ou pensaram?

É que pensar pesa…