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Para que histórias no mundo do trabalho?

25 de março, 2021 - por Max Franco

Storytelling no mundo corporativo: a cada dia que passa, mais se compreende como o storytelling pode ser aplicado no mundo dos negócios.

Mas, por qual motivo?

A razão é simples: no fim do dia, a verdade é que trabalhamos com pessoas e para pessoas.

E pessoas precisam ser convencidas.

A quê?

A se submeterem a processos, a se alinharem a práticas, a admitirem uma cultura, a comprarem produtos, a adotarem uma cultura, entre tantas coisas.

Histórias no mundo corporativo podem ser utilizadas para:  construir um espírito de grupo, preservar e difundir a história da empresa, criar uma identidade de marca, transmitir conceitos e valores para uma equipe, promover a inovação, partilhar visões; convocar para a ação, criar empatia e “quebrar o gelo”; humanizar as relações, encantar clientes, motivar grupos e inspirar as pessoas. Há também aquelas histórias que ocorreram dentro do ambiente corporativo que acabam virando “piadas internas”, ou “palavras de ordem”, as quais, por fim, são patrimônio do grupo. É muito importante que este tipo de narrativa seja estimulada, porque acaba desenvolvendo uma verdadeira cultura da empresa, cria identificações e um sentimento de pertencimento territorial que é muito positivo para o grupo. A questão central é mais simples do que parece: as empresas não são só compostas por marcas, produtos, paredes e maquinário. Empresas são formadas por pessoas. O storytelling pode (e deve) ser utilizado para facilitar algo que é fundamental entre as pessoas e para o sucesso do trabalho de uma equipe: o relacionamento. (http://maxfranco.com.br/wp-content/uploads/2016/04/Ensaio-USP-2015.pdf)

Vejamos o que Terrence L. Gargiulo (2011), autor de “O uso de histórias no ambiente de trabalho”, fala sobre o argumento: As histórias abrem caminho para as nossas comunicações. Pense em histórias que permitem que os comunicadores preparem o proverbial terreno para as ideias ou as informações que querem plantar. A história opera como a semente de uma planta, escondendo as suas raízes nas mentes dos ouvintes, que se associam à história ativando as suas experiências. Um comunicador pode, então, colher os frutos destes esforços. Não é da clareza a comunicação que dá poder a um locutor, mas a riqueza da comunicação, e essa riqueza vem da capacidade da história de explorar as experiências dos ouvintes. Se o locutor usar uma história para dar poder aos ouvintes, também ganha poder. (GARGIULO, p 76, 2011)

 

A maior vantagem do storytelling reside no seu grande poder de gerar confiança e envolvimento emocional. E, num mundo, onde a confiança é um artigo cada vez mais raro, esse elemento se torna muito precioso. Comunicar-se de forma persuasiva e atraente é um dos maiores talentos que um profissional pode ter na atualidade.

O publicitário Adilson Xavier (2015), autor do livro “Storytelling – Histórias que deixam marcas”, desenvolve um pensamento interessante sobre o tema: Sempre que possível, as marcas devem aproveitar elementos factuais que reforcem a credibilidade da sua história. Em nome da eficácia narrativa, não se pode descuidar da entidade, o que obviamente, insisto, se aplica a todas as pessoas públicas. Ernest Hemingway não seria o escritor tão cultuado se não tivesse se envolvido diretamente em conflitos como a Guerra Civil Espanhola. Charles Bukowsky teria diminuída a força de sua escrita se não fosse o alcoólatra de vida desregrada que destilava nos textos a sua experiência pessoal. Pense em alguém famoso, e aí estará mais um exemplo de correspondência entre vida real e imagem projetada, uns mais, outros menos. Quanto maior a ancoragem na realidade, mais firmes, autênticas, convincentes e envolventes serão as histórias. (XAVIER, p 63, 2015).