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Absolutamente relativo

09 de abril, 2016 - por Max Franco

Dizer que tudo é relativo é um clichê e, também, uma absolutização. Portanto, na sua íntegra, uma incoerência.
Por isso, prefiro, entre a relativização ponderadamente equilibrada, diplomaticamente aguada, política e covardemente correta, a coragem – quase insensata para os momentos hodiernos – de emitir uma opinião generalista, e não genérica.
Concordo com a ideia de que generalizar tudo é um equívoco. Mas, relativizar também é.
Então, já que não há jeito de se errar, vou preferir errar proferindo algo.
Ando meio de saco cheio dessa onda, que não é nada além de uma máscara social, um mis-en-scène para satisfazer as plateias das ruas, um mero verniz utilizado para camuflar o oco podre da madeira interna das populações bárbaras.
Hoje, quem tem coragem de errar dizendo algo, fazendo coisas, se posicionando de alguma forma diante da inércia, da lassidão, da mesmice, da preguiça moral que vigoram no mundo anda merecendo a minha admiração.
Só há ação, porque há verbo. Viva o verbo! No início era, e ainda é.

O fato é que quanto mais vivo menos entendo essa tal de Vida.
E, pior, estou tendendo não só a desentendê-la, mas a discordar demasiado dela.
Acontece quando vejo gente boa partir mais cedo do que devia.
Há pessoas que deviam apenas chegar. Chegar, puxar uma cadeira e ficar o máximo possível.
Que pena que a Vida define mal quem permanece ou quem vai embora.
Hoje, me entristeço com uma partida precoce. Mais uma.
Quisera convencer a Vida a agir diferente. Enviar uns para longe. Manter outros demoradamente.
Mas, a Vida tem uma personalidade irascível e, na maioria das vezes, não quer muito papo. Vida não negocia.
Que pena! Quanto sofrimento!
O que nos resta? Continuar.
Fazer como o Johnnye e keep walking.
Homenagear aqueles que se foram com a nossa vida e viver da melhor forma possível. Viver pelos que vivem, mas, também, por aqueles que gostariam de viver mas não mais podem.
Possamos…