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O touro

03 de abril, 2016 - por Max Franco

” Eu ouvi, certa vez, antes de assistir a uma corrida de toros em Madri, que quem faz o toureiro é o touro. Quanto mais feroz e violento for o animal, maior deve ser a habilidade e a coragem do seu desafiante. O toureiro vive um dilema estranho: ele torce por um touro lutador, forte e bravio, mas também – é claro – torce (por razões bem pessoais) para que seja capaz de superar a fera. É exatamente isso que a maioria das pessoas deseja: um desafio para superar. Mas não um desafio qualquer, desagradável, maçante ou vexatório, mas o “desafio certo”.
É isso que nos inspira. Quando assistimos ao James Bond conquistar as mulheres mais lindas, guiar os carros mais fantásticos e vencer os inimigos mais terríveis, nós, seres humanos ordinários e entretidos nas nossas vidas tediosas, não só escapamos delas por 120 minutos, mas também nos encorajamos a superar os nossos bandidos cotidianos: os desafetos do escritório, o cliente desagradável, a sabotagem dos políticos, o mau humor do cônjuge, a inércia da sua preguiça… Afinal, só o que não falta nessa vida é adversário para ser superado.
É um processo compensatório! Uma catarse!
É para isto que gostaria que você se atinasse, caro amigo: quando você acompanha uma história, ficcional ou não, na verdade, você está revisitando o seu “eu” primordial, ancestral, apriorístico. Você está acenando, dando um “oi”, para aquele homem das cavernas que ainda habita em algum lugar dentro de você.
Você está sendo essencialmente humano, porque está arraigado na humanidade o apreço por histórias. Isso está no nosso arquétipo. “
FRAGMENTO DO “STORYTELLING E SUAS APLICAÇÕES NO MUNDO DOS NEGÓCIOS”